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    Edgar Allan Poe

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    Mensagem  Laracna Seg Dez 13, 2010 8:23 pm

    Edgar Allan Poe


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    Biografia

    Edgar Allan Poe (Boston, 19 de janeiro de 1809 – Baltimore, 7 de outubro de 1849) foi um escritor, poeta, romancista, crítico literário e editor estado-unidense.
    Poe nasceu no seio de uma família escocesa-irlandesa, filho do ator David Poe Jr., que abandonou a família em 1810, e da atriz Elizabeth Arnold Hopkins Poe, que morreu após o nascimento de Rosalie, a irmã mais nova de Poe, em 1811. Depois da morte da mãe, Poe foi acolhido por Francis Allan e o seu marido John Allan, um mercador de tabaco bem sucedido de Richmond, que nunca o adotou legalmente, mas lhe deu o seu sobrenome (muitas vezes erroneamente escrito "Allen").
    Depois de frequentar a escola de Misses Duborg em Londres, e a Manor School em Stoke Newington, Poe regressou com a família Allan a Richmond em 1820, e registrou-se na Universidade da Virgínia, em 1826, que viria a frequentar durante um ano apenas. Desta viria a ser expulso graças ao seu estilo aventureiro e boêmio.
    Na sequência de desentendimentos com o seu padrasto, relacionados com as dívidas de jogo, Poe alistou-se nas forças armadas, sob o nome Edgar A. Perry, em 1827. Nesse mesmo ano, Poe publicou o seu primeiro livro, Tamerlane and Other Poems. Depois de dois anos de serviço militar, acabaria por ser dispensado. Em 1829, sua madrasta faleceu. Ele publicou o seu segundo livro, Al Aaraf, e reconciliou-se com o seu padrasto, que o auxiliou a entrar na Academia Militar de West Point. Em virtude da sua, supostamente propositada, desobediência a ordens, ele acabou por ser expulso desta academia, em 1831, fato pelo qual o seu padrasto o repudiou até a sua morte, em 1834.
    Poe mudou-se, em seguida, para Baltimore, para a casa da sua tia viúva, Maria Clemm, e da sua filha, Virgínia Clemm. Durante esta época, Poe usou a escrita de ficção como meio de subsistência e, no final de 1835, tornou-se editor do jornal Sothern Literary Messenger em Richmond, tendo trabalhado nesta posição até 1837. Neste intervalo de tempo, Poe acabaria por casar, em segredo, com a sua prima Virgínia, de treze anos, em 1836.
    Em 1837, Poe mudou-se para Nova Iorque, onde passaria quinze meses aparentemente improdutivos, antes de se mudar para Filadélfia, e pouco depois publicar The Narrative of Arthur Gordon Pym. No verão de 1839, tornou-se editor assistente da Burton's Gentleman's Magazine, onde publicou um grande número de artigos, histórias e críticas. Nesse mesmo ano, foi publicada, em dois volumes, a sua coleção Tales of the Grotesque and Arabesque (traduzido para o francês por Baudelaire como "Histoires Extraordinaires" e para o português como Histórias Extraordinárias), que, apesar do insucesso financeiro, é apontada como um marco da literatura norte-americana.
    Durante este período, Virgínia Clemm descobriu que sofria de tuberculose, o que a tornaria inválida e acabaria por levá-la à morte. A doença da mulher acabou por levar Poe ao consumo excessivo de álcool e, algum tempo depois, este deixou a Burton's Gentleman's Magazine para procurar um novo emprego. Regressou a Nova Iorque, onde trabalhou brevemente no Evening Mirror, antes de se tornar editor do Brodway Journal. No início de 1845, foi publicado, no jornal Evening Mirror, o seu popular poema The Raven (em português "O Corvo").
    Em 1846, o Brodway Journal faliu, e Poe mudou-se para uma casa no Bronx, hoje conhecida como Poe Cottage e aberta ao público, onde Virgínia morreu no ano seguinte. Cada vez mais instável, após a morte da mulher, Poe tentou cortejar a poeta Sarah Helen Whitman. No entanto, seu noivado com ela acabaria por falhar, em virtude do comportamento errante e alcoólico de Poe, mas provavelmente também devido à intromissão da mãe de Miss Whiteman. Nesta época, segundo ele mesmo relatou, Poe tentou o suicídio por sobre dosagem de láudano, e acabou por regressar a Richmond, onde retomou a relação com uma paixão de infância, Sarah Elmira Royster, então já viúva.
    No dia 3 de Outubro de 1849, Poe foi encontrado nas ruas de Baltimore, com roupas que não eram as suas, em estado de delirium tremens, e levado para o Washington College Hospital, onde veio a morrer apenas quatro dias depois. Poe nunca conseguiu estabelecer um discurso suficientemente coerente, de modo a explicar como tinha chegado à situação na qual foi encontrado. As suas últimas palavras teriam sido, de acordo com determinadas fontes, “It's all over now: write Eddy is no morte”, em português, ”Está tudo acabado: escrevam Eddy já não existe”.
    Nunca foram apuradas as causas precisas da morte de Poe, sendo bastante comum, apesar de incomprovada, a ideia de a causa do seu estado ter sido embriaguez e muitos afirmam que tenha sido envenenado por uma quadrilha. Por outro lado, muitas outras teorias têm sido propostas ao longo dos anos, de entre as quais: diabetes, sífilis, raiva, e doenças cerebrais raras.

    Obra

    Poe escreveu em vários gêneros como novelas, contos e poemas, exercendo larga influência em autores como Baudelaire, Maupassant e Dostoievski. Sua maior contribuição foi em contos, tanto de horror ou "gótico" como contos analíticos, policiais. Seus temas mais recorrentes lidam com questões da morte, incluindo sinais físicos dela, os efeitos da decomposição, interesses por tapocrifação (em que a pessoa é enterrada viva), a reanimação dos mortos, o luto, a loucura. Muitas das suas obras são tipicamente consideradas partes do gênero do romantismo negro, uma reação literária ao transcendentalismo, do qual Poe não gostava. Os contos de horror apresentam invariavelmente personagens doentias, obsessivas, fascinadas pela morte, com vocação para o crime, dominadas por maldições hereditárias, humanos que oscilam entre a lucidez e a loucura, vivendo numa espécie de transe, como espectros assustadores de um terrível pesadelo.
    Além do horror, Poe também escreveu sátiras, contos de humor e hoaxes. Para efeito cômico, ele usou a ironia e a extravagância do rídiculo, muitas vezes na tentativa de liberar o leitor da conformidade cultural. De fato, "Metzengerstein", a primeira história que Poe publicou, e sua primeira incursão em terror, foi originalmente concebida como uma paródia satirizando o gênero popular. Poe também reinventou a ficção científica, respondendo na sua escrita às tecnologias emergentes como balões de ar quente em "The Balloon-Hoax".
    Entre os contos, destacam-se: O gato preto, Ligéia, Coração denunciador, A queda da casa de Usher, O poço e o pêndulo, Berenice e O barril de Amontillado. Os contos analíticos, de raciocínio ou policiais, entre os quais figuram os antológicos Assassinato de Maria Roget, Os crimes da Rua Morgue e A carta roubada, privilegiam a lógica rigorosa e a dedução intelectual, que permitem o desvendamento de crimes misteriosos.
    Em seus contos, Poe se concentrava no terror psicológico, vindo do interior de seus personagens ao contrário dos demais autores que se concentravam no terror externo, no terror visual se valendo apenas de aspectos ambientais.
    Diferentemente da maioria dos autores de contos de terror, Poe usa uma espécie de terror psicológico em suas obras, geralmente, os personagens sofriam de um terror avassalador, fruto de suas próprias fobias e pesadelos, que quase sempre eram um retrato do próprio autor, que sempre teve sua vida regida por um cruel e terrível destino. Nenhum de seus contos é narrado em terceira pessoa, desse modo, percebe-se realmente que “ele” sempre vê, sente, ouve e vive o mais profundo e escandente terror. São relatos em que o delírio do personagem se mistura de tal maneira à realidade a ponto de não haver modo de diferenciar se o perigo é concreto ou se são apenas ilusões produzidas por uma mente atormentada.
    Em quase todos os contos, sempre há um mergulho, em certas profundezas da alma humana, em certos estados mórbidos da mente, em recônditos vãos do subconsciente. Por esses aspectos a psicanálise lança-se ao estudo da obra de Poe, já que a mesma possui uma grande leva de exemplos que ilustram suas demonstrações. Independentemente desse aspecto, sua obra é lembrada pelo talento narrativo impressionante e impressivo, pela força criadora monumental e pela realização artística invejável.

    Teoria literária


    A escrita de Poe reflete suas teorias literárias, que ele apresentou em sua crítica e também em peças literárias como "The Poetic Principle".
    Ele não gostava de didaticismo e alegoria, pois acreditava que os significados na literatura deveriam ser uma subcorrente sob a superfície. Trabalhos com significados óbvios, ele escreveu, deixam de ser arte. Acreditava que o trabalho de qualidade deveria ser breve e concentrar-se em um efeito específico e único. Para isso, acreditava que o escritor deveria calcular cuidadosamente todos sentimentos e idéias.
    Em "The Philosophy of Composition", uma peça na qual Poe descreve seu método de escrita em "The Raven", ele afirma ter seguido estritamente este método. Porém, foi questionado se ele realmente seguiu esse sistema.
    T. S. Eliot disse: "É difícil para nós lermos esta peça sem pensar se Poe escreveu seu poema com tanto cálculo, ele poderia ter pego um pouco mais de dores sobre isto: o resultado dificilmente tem crédito ao método". O biógrafo Joseph Wood Krutch descreveu a peça como "um exercício um tanto engenhoso na arte de racionalização".
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    Mensagem  Inominável Ser Ter Dez 14, 2010 9:16 am

    Poe é atemporal, um primoroso artista maior em sua fascinação pelo sombrio e pelo macabro.
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    Mensagem  Convidad Sex Jan 21, 2011 2:56 am

    Sem dúvida alguma é meu preferido, o Poe é um gênio da literatura, um dos precursores dos romances policias e detetives e afins.
    Sem contar que suas obras contém uma expressão lingüística fantástica.
    Sempre que vejo o Poe me lembro de Roman Jakobson que encontrou em "O Corvo" um de seus mais privilegiados textos para expor suas investigações. Dentre as inúmeras figurações de som-sentido que ele evidencia no decorrer do poema, cumpre por em evidência aquela que se tornou célebre por seu caráter exemplar dos procedimentos poéticos utilizados por Poe. O Corvo (Raven) repete, ao longo do poema, no lamento monótono do refrão, a expressão Nunca mais(Never more). Ora, raven (RVN), demonstra Jakobson, é a inversão fonológica perfeita de Never (NVR). Nessa medida, a palavra Never, desolado refrão que o pássaro imutavelmente repete, constitui numa imagem invertida da própria palavra Raven (Corvo). O corvo não podia dizer outra coisa, senão virar seu próprio nome pelo avesso.
    Muito bom lembrar dele, citação a "O Corvo", "O Gato Preto" e "A Carta Roubada".
    Tente ler os textos do Poe em inglês, no original para ver tamanha engenhosidade lingüística que detém seu texto.
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    Mensagem  Ariana² Sex Jan 21, 2011 8:25 pm

    Poe, sou encantada por ele, os poemas dele sempre me deixam arrepiada. Mas sabe que eu nunca tinha parado para notar o sentido da repetição nos poemas dele? Porque não são só no O Corvo, mas no Para Annie, Annabel Lee, é um recurso que ele usa e acredito que seja este mesmo recurso que torne tão concreto o sentimento que ele quer passar. Por exemplo, no livro "O Relato de Arthur Gordon Pym", dá para sentir quase que real toda a angústica claustrofóbica da personagem, é admirável.
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    Mensagem  Convidad Sáb Jan 22, 2011 12:42 am

    Ariana² escreveu:Poe, sou encantada por ele, os poemas dele sempre me deixam arrepiada. Mas sabe que eu nunca tinha parado para notar o sentido da repetição nos poemas dele? Porque não são só no O Corvo, mas no Para Annie, Annabel Lee, é um recurso que ele usa e acredito que seja este mesmo recurso que torne tão concreto o sentimento que ele quer passar. Por exemplo, no livro "O Relato de Arthur Gordon Pym", dá para sentir quase que real toda a angústica claustrofóbica da personagem, é admirável.
    Os Românticos como Poe, Byron e muitos outros costumam usar esses artifícios etimológicos, fonéticos e linguísticos de modo geral para dar a identidade de suas obras e isso torna a literatura realmente bela e unica. É como por o sentido do texto em muito mais que as palavras.
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    Mensagem  Ariana² Sáb Jan 22, 2011 1:55 am

    Sim e concordo contigo que os poemas originais em inglês são muito mais impactantes, como por exemplo no Annabel Lee, o poema traduzido nem cita o nome "Annabel Lee", sendo substituído por "a linda que eu soube amar". Quem lê não vê sentido, mas ele era um mestre. Sem falar que a própria vida e morte dele pareceu ter saído de um conto romantico.
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    Mensagem  Inominável Ser Seg Jan 24, 2011 11:49 am

    Essas repetições fazem parte de um contexto que fixa na mente do leitor a imagem descrita e o sentimento inserido nas suas estruturas. É um detalhe que enriquece ainda mais a poesia de Poe.

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