Convidad Seg Jan 03, 2011 9:05 pm
Essa é uma pergunta dificil, à qual não há resposta, pelo menos unânime.
O normal poder-se-à definir como o estar dentro dos padrões que são establecidos, pelo que, ser normal, seguindo esta linha de raciocinio é ser uma pessoa que age e pensa de acordo com os padrões e normas que são establecidos pela sociedade. Mas observando essas pessoas, o que vejo nelas para além de corresponderem ao padrão e serem meras fotocópias umas das outras, é pessoas que se escondem atrás de personagens teatralizadas consoante os valores que vão adquirindo ao longo da vida e o que a sociedade espera delas. Escravas da sociedade, vivem procurando ser aceite pelo outro, ser aquilo que os outros esperam que sejamos, agir e mudar de modo a que os seus actos e crenças não sejam alvo de zombaria, de modo a que os outros gostem de nós e nos deem o valor que nem nós mesmos nos sabemos dar.
Tudo bem que todos nós usamos mascaras, mas que ao menos essas máscaras que utilizamos tenham a haver conosco e não fassa de nós uma pessoa fútil e sem amor próprio.
Acho que o belo da vida está em ser (a)normal. Porque ser igual a meio mundo? O belo da vida é sermos a personagem que queremos e não a que o público mais vai aplaudir e que tempos após ficará esquecida na sua insignificância.
Como é belo ver aquela personagem esquecida nas sombras do palco, aquela que se opõe aos ditos padrões do normal, aquela que questiona as coisas, que é livre sem prejudicar o próximo, que sabe apreciar, dar valor, apaixonar-se pelas coisas mais estranhas e insignificantes, que se habitua à tristeza e solidão e encara-as como um processo de aprendizagem e regeneração, que as tornará mais fortes e mais sábias.
Como espectadora quero aplaudir àqueles que sabem ser diferentes, aos (a)normais que são muitas das vezes marginalizados e que conseguem ter força para seguir o seu caminho e serem eles mesmos, agindo de acordo com o que sentem. A vós um enorme aplauso, e mesmo que não aplaudidos em cena, haverá sempre alguém que vos irá recordar pela vossa exentricidade que se converterá em genialidade.