CAMAFEUS
Uma peça que é símbolo de elegância e feminilidade desde os idos tempos da Roma Antiga e que hoje tem sido muito procurado por aqueles que buscam resgatar principalmente as influências vitorianas de vestuário e comportamento.
O camafeu é uma peça tradicionalmente oval que mostra o perfil de uma dama esculpido em alto-relevo. Era usado tanto como pingente quanto, já durante a Era Vitoriana, como broche nas comportadas golas, em brincos, anéis, adornos para o cabelo e até mesmo pentes. Tornou-se um símbolo do recato feminino e da estética de uma época, ao lado dos espartilhos apertados e das saias volumosas.
O camafeu retorna com a revalorização da estética do século XIX, mas de maneira um pouco diferente. Os materiais tradicionais - como ágata e conchas são trocados por materiais sintéticos, não tão duráveis, porém mais leves e baratos. A forma mais comum de camafeu são os broches, disponíveis em lojas de bijuterias em diversas faixas de preço e tipos de trabalho. Alguns são simples, outros vêm adornados com strass. Há peças em prata, ouro, níquel, envelhecidas…
O camafeu surgiu por volta do ano 300 a.c em Alexandria, sendo utilizado em jóias e adornos para roupas. Os camafeus, produzidos a partir da ágata , do ónix ,da sardónica etc, continham imagens de deuses, deusas, cenas mitológicas e figuras femininas. As jovens mulheres do período Helenístico usavam camafeus com a figura do deus Eros como um convite sedutor ao amor.
Até ao século XIX, os camafeus eram também utilizados por homens, que decoravam elmos, capacetes, peitorais de armaduras e punhos de espada, bem como broches e anéis.
Napoleão Bonaparte foi outra figura histórica apaixonada pelos camafeus, tendo fundado em Paris uma escola para ensinar a arte da produção de camafeus a jovens aprendizes.
Ao longo dos tempos, camafeus decoravam não somente jóias, como também vasos , baixelas, taças e copos. Eram bastante apreciados por nobres e pessoas ricas, entre os séculos XV e XIX .A rainha Vitória, tendo mostrado predileção pelos camafeus, ditou moda entre as mulheres da época, que começaram a usá-los nas blusas, nos vestidos ou numa fita em volta do pescoço.
A pequena cidade italiana Torre del Greco localizada na baía de Nápoles continua a ser até hoje referência mundial na arte da produção de camafeus. Essa cidade utiliza diferentes tipos de conchas do mar e corais para a produção. Os mestres gravadores trabalham manualmente com ferramentas de aço e selecionam as conchas, calculando o número de camafeus a serem obtidos a partir delas.
Outro grande centro de produção de camafeus é Idar-Oberstein na Alemanha .
Nessa cidade, os camafeus são produzidos a partir da ágata branca, largamente encontrada na região, da cornalina e do ônix. Aqui, as gemas são primeiramente coloridas em cores previamente determinadas, para serem depois gravadas ou esculpidas com a ajuda de computadores(devido à sua dureza), que usam como padrão uma peça original feita manualmente. A cor é posteriormente retirada da superfície da gema com produtos químicos, ficando em sua cor branca original.
Curiosidade:
Camafeu também é uma expressão popular para "mulher feia".